Carinho concentrado...  

Posted by: Rose Porciuncula in

Para variar não consigo resistir as belas mensagens que recebo e esse alem de ser de uma pessoa especial para mim, foi um comentário no Post
“"tudo passa rápido de mais...":

É o desabafo de um pai que dou-me ao direito de intitular como “Carinho Concentrado”

Filhos!!!
Lendo teu post, lembrei de um conselho que sempre que posso, tento dar aos jovens papais ou papais jovens:

"Lambam suas crianças o mais que puderem! Amasse, pegue no colo, brinque, beije...torne a amassar, a beijar, pois chegará o dia que, ao chegar em casa, após um cansativo dia de trabalho ou lazer, nada além do silêncio e a saudade, estarão a te esperar."

Alguns me olham com aquele olhar desconfiado que um dia já usei para mirar os mais velhos, mas tenho certeza de que um dia lembrarão, assim como lembro de muitas coisas ditas por aqueles "velhos" que pareciam pensar que sabiam de tudo.
Tenho dois filhos com diferença de nove anos e meio nas suas idades.
Durante anos repartiram uma cama beliche em um quarto do nosso apartamento.
Nunca reclamaram disso, mas sentia em seus olhos o desejo silencioso que cada um tinha em ter seu próprio espaço, seu mundo ou seu universo.
Esse desejo era também o meu e de minha mulher.
Somos uma família daquelas que antigamente chamavam de "classe-média" e como tal, tínhamos duas possibilidades de realizarmos este sonho/objetivo:
ganhar no bicho ou uma trabalhista, heheheeh.
Pois bem, foi graças a uma ação trabalhista vitoriosa que finalmente conseguimos.
Ampliamos nosso apartamento térreo com a construção de mais um banheiro, uma lavanderia, a duplicação da sala e, finalmente, mais UM QUARTO!!!
Finalmente um dos tantos sonhos, realizado!
A felicidade seria completa, mas seis meses depois, Rafael, meu filho mais velho, foi passear na Nova Zelândia e lá está há três anos e meio.
Hoje, temos um belo quarto de hóspedes, decorado com a cara dele!
Ficamos eu, Denise milha mulher e a Carolina, filha mais nova, vivendo agora num confortável apartamento de três dormitórios.
A saudade do Rafael era amenizada pela Carolina e sua incansável capacidade de falar sem parar o que, de certa forma, não permitia que sequer conseguíssemos nos concentrar para sentir saudade do irmão!!!
Julho de 2008 Carolina completou 18 anos e em agosto partiu ao encontro do irmão.

Resultado: o que antes era um acanhado apartamento, hoje é um enorme e confortável espaço repleto de vazio que, por mais que eu e a Denise nos esforcemos, não conseguimos preencher, pelo menos no que se refere aos dois quartos vazios que agora temos aqui.
Isso me me faz ter uma saudade incrível daquele tempo em que eu pensava ter falta de espaço e não me dava conta que o que tinha era muito carinho concentrado!!!

Aquele quarto que rapartiam, tomou, para eles, o tamanho do mundo e nós ficamos aqui, nos contentando com encontros com filhos no "santo" msn!!!
Tem outra coisa que falo, não com tanta frequência e em caráter mais seletivo, a alguns dos amigos.
Passei anos dizendo e ouvindo pessoas dizerem "amo meus filhos e os amo de forma igual".
Essa frase sempre trazia para mim uma sensação de culpa, pois eu não conseguia ser exatamente assim com meus dois filhos.
Onde eu estaria pecando? Como poderia estar sendo tão injusto com um deles?
Isso tomou muito tempo em meus pensamentos, até que finalmente pude entender o que ocorria.
Ocorre que nossos "bebês", por maior amplitude que a palavra "filho" possa ter, não deixam de ser também pessoas e com pessoas, temos maiores afinidades com umas do que com outras, sendo assim, seria hipocrisia minha dizer que FILHOS SÃO IGUAIS.
Não me envoergonho ao afirmar que AMO MEUS DOIS FILHOS, mas me identifico muito mais com a Carolina, assim como a Denise, com o Rafael. Isso é plenamente entendido, aceito e respeitado por todos em nossa família.
Eu e Carolina disputamos o direito de falar.
Denise e Rafael, são capazes de ir de POA a Atlântida sem darem uma palavra sequer.
Simples assim.
Atualmente tenho uma grande preocupação.
Peço a Deus que nenhum dos dois me arrume, tão cedo, um neto estrangeiro.
Não suportaria ter um neto tão longe e não poder lambê-lo!!!

Rose, desculpa se me alonguei, mas cada vez que o assunto é filho, não tem como eu ser sintético!!!
Espero ansioso uma visita deles ou nossa para que possamos tratá-los como se tivessem 3 anos, enchê-los de carinho e fazer todas as suas vontades.
Sair da cama às 5 hs para buscá-los em festas, atender ao chamado da professora queixosa, reclamar da conta do celular, fritar batatinhas, atravesar a cidade para levar na casa das amigas ou amigos!!!

Meuuus Deeeeeuuusss!!!
Que saudade!
Se naquela época eu soubesse como isso era bom!

Victor Mendes Ribeiro

This entry was posted on quarta-feira, fevereiro 25, 2009 and is filed under . You can leave a response and follow any responses to this entry through the Assinar: Postar comentários (Atom) .

0 comentários

Postar um comentário