RUA DA SAUDADE...
Deixei algo nesta rua.
Talvez um pedaço de mim.
Não sei bem.
Talvez azulejos que deveriam decorar minhas manhãs.
Esqueci neste pequeno desvio da vida algo que por estar tão próximo permanece ausente.
Saudade é a presença-ausente.
Saudade é você em mim sem poder tocá-la.
Saudade é um abraço feito apenas por dois braços.
Saudade é a falta com um fio de azeite de esperança.
Quero gritar teu nome. Quero dizer que preciso tocá-la.
Quero teu nome em mim.
Saudade, a portuguesa vocação para o sofrimento con-sentido. Desnaturaliza-me, pois sou língua em movimento.
Não tenho pátrias e digo com Pessoa que minha pátria é apenas a língua portuguesa.
Saudade: impossível é dizer o indizível.
Mas, aposto que seja possível.
Vem, saudade, dizer comigo o teu nome? Vem?
Carlos Eduardo Leal
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on sexta-feira, abril 27, 2012
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lendo e aprendendo
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