Segundo livro de
2015;
Vi uma entrevista
no Jô soares com o autor que me fez ter vontade de ler esse livro, adiando
desde a metade de 2014, resolvi coloca-lo na frete de outros para tirar a
curiosidade e valeu.
Título : Dias
Perfeitos
Título original: Dias
Perfeitos
Autor (a): Raphael
Montes
Ano: 2014
Editora: Companhia
das Letras
Número de páginas:
274
Gênero: Romance / Thriller
Psicológico
Subgênero:
ISBN:
Rating: ★★★★
(★) Favoritado!
Literatura
Nacional
Sinopse:
Téo é um solitário
estudante de medicina que divide seu tempo entre cuidar da mãe paraplégica e
examinar cadáveres nas aulas de anatomia. Durante uma festa, ele conhece
Clarice, uma jovem de espírito livre que sonha tornar-se roteirista de cinema.
Ela está escrevendo um road movie sobre três amigas que viajam em busca de
novas experiências. Obcecado por Clarice, Téo quer dissecar a rebeldia daquela
menina. Começa, então, uma aproximação doentia que o leva a tomar uma atitude
extrema. Passando por cenários oníricos, que incluem um chalé em Teresópolis e
uma praia deserta em Ilha Grande, o casal estabelece uma rotina insólita,
repleta de tortura psicológica e sordidez.
Booktrailer:
"Dias perfeitos", de Raphael Montes
Resenha;
Dias Perfeitos
mostra a instabilidade emocional de uma mente doentia e carente de afeto.
Crueldade, amor, sorte e azar são os pontos chave.
O protagonista Téo
acredita nas próprias mentiras e encontra justificativas plausíveis a todo o
momento para todas as atrocidades que vem a fazer.
Tudo começa em um
churrasco, quando o jovem aprendiz de medicina acompanha a mãe paraplégica a
casa de uma amiga, onde, durante o tédio de ter que se relacionar socialmente
com as pessoas ali presentes, conhece a irreverente Clarice.
Após uma pequena
conversa despretensiosa – ela tendo ingerido álcool em excesso –, ele sente que
precisa se aproximar mais dessa jovem alegre e descontraída – aquele não pode
ser o último encontro dos dois de forma alguma! – criando meios não usuais para
tanto. Sua obsessão o impele a um ato impensado que desencadeia uma série de
acontecimentos fazendo com que ambos viajem para o local onde Clarice
terminaria de escrever o roteiro de seu filme.
“Ela o havia
beijado naquele churrasco. Por que parar? Do beijo, furtado e furtivo, ele
havia se tornado refém. Não era o invasor, mas o invadido; não queria só
desvendar, mas ser desvendado. Ele amava Clarice, admitiu. Precisava ser amado”
Pág. 30
E afinal de
contas, por que não recriá-lo? É o que pensa Téo, iniciando aquilo que chamaria
de Dias Perfeitos, tanto no sentido literal como do que dar nome ao roteiro em
questão.
Comentários;
Essa foi uma
leitura que me incomodou muito. Uma vez que lemos pela perspectiva do “vilão”
da história, sabemos que o que ele está fazendo é errado e mesmo assim este
parece não enxergar que aquilo foge de todo escrúpulo que alguém realmente
apaixonado poderia ter.
O pior é não é
isso, mas sim ver momentos em que o algoz tinha tudo para ser pego ou, estando
a um passo de ser descoberto, consegue seguir a diante. Isso representa
primeiro, o ditado popular que diz que ‘a oportunidade faz o criminoso’, e
segundo, a história se passar num país ainda repleto de corrupção – O que é bem
retratado e não faz a história parecer incoerente.
Algo curioso é o
fato de Clarice, a vítima, não ser indefesa quanto supostamente deveria ser.
Trata-se de uma mulher com seus problemas, instabilidades, mas que segue atrás
do que quer e mesmo nas situações de risco que Téo a impõe, luta e se rebela
até o fim.
O grand finale é
polêmico a ponto de fazer o leitor amar ou odiar a obra. Particularmente não
gostei nada
do desfecho, por
ter uma tendência a querer que o clichê suceda, mas o grande todo do livro é
excelente: escrita, construção dos personagens e enredo, ambientação e a
criatividade do autor.
PS: a intenção de
Raphael Montes foi mesmo instigar o leitor, fazê-lo pensar. Entre um final que
agradaria e outro que que chocaria, ele optou pelo último.
Quote / Citação
“Ele tinha repulsa
dessas ideias moldadas em núcleos de novelas das oito. A adaptação seria
difícil. A realidade não costuma fazer concessões. Então, quando já se julgava
tão seguro de si, Clarice viera trazer algum sentido àquilo tudo – ou romper o
sentido que ele mesmo havia criado. Ela o havia realocado no mundo. Téo
continuava a desprezar a raça humana, mas ao menos agora era um desprezo
desinteressado, quase piedoso. Finalmente, sentia amor.” Pág. 99
Muito revoltante,
mas gostei e indico com um 4 estrelas e mesmo com 4 o favoritei.
Vale ler sim, pois
tem partes que são além do nosso entendimento, coisas de psicopata mesmo...rsss
Raphael Montes
fala do novo livro "Dias Perfeitos"
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on terça-feira, fevereiro 03, 2015
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livros e filmes
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